sexta-feira, 19 de abril de 2013

Reconstrução em Pé Diabético


Pé Diabético, solução para grandes lesões.

É importante as pessoas que forem ler este texto entender que não vou me dedicar a explicar a fisiopatologia do pé diabético, mas apontar o tratamento para uma determinada situação.


O que é o pé diabético?
O pé diabético é considerado quando o pé do paciente que tem diabetes(tipo I ou II) e que já apresenta algum grau de neuropatia sensitiva e não apresenta necessariamente lesões ósseas ou de partes moles.


Quais as medidas preventivas necessárias a todo paciente diabético?
Todo o paciente diabético deve necessariamente seguir a risca as orientações do endocrinologista ou clinico geral para o controle adequado da glicemia e fazer visitas de rotina com um ortopedista especialista em cirurgia do pé.
A visita periódica ao cirurgião do pé é importante para orientações de calçados adequados para evitar as feridas na planta do pé ou lesões nos dedos do pé. Além disso prevenir deformidades ósseas decorrente a artropatia degenerativa (charcot). E quando há necessidade abordagem ortopédica para corrigir deformidades.
Em resumo a visita ao endocrinologista e ao ortopedista é de vital importância a uma boa evolução.


Qual o papel do cirurgião de mão neste contexto?
Em casos extremos de lesões da planta do pé com exposição óssea do pé há a necessidade de lançar mão de retalhos locais ou microcirúrgicos para a reconstrução da planta do pé.
O papel do cirurgião de mão é auxiliar e disponibilizar recursos de reconstrução de cobertura de pele ao cirurgião de pé, e a equipe sempre tem que conciliar a reconstrução melhor para uma função adequada.


Quais são os objetivos da equipe multidisciplinar?
A equipe deve sempre zelar pelo bom alinhamento do pé e preservação máxima da função do pé, portanto as reconstruções de pele devem estar de acordo com a lesão e a necessidade de cada paciente.


Como são as reconstruções possíveis?
A idéia é sempre fazer retalhos locais(pele da perna que é nutrida pelo feixe neurovascular do nervo sural) sempre que possível, pois os pacientes que apresentam diabetes já tem algum grau de lesão vascular nos membros inferiores. Mas se a lesão acomete uma extensão muito grande do pé(mais de 50% com exposição do calcâneo) ai deve-se priorizar retalhos microcirúrgicos(pode usar como doadores a pele da coxa ou o musculo grande dorsal ou serrátil) esses são algumas opções.


Esquemas do retalhos citados.

Esquema do musculo grande dorsal com a sua vascularização dominante e secundárias.



 Esquema do retalho local(desenho acima) baseado na vascularização do nervo sural, retalho ideal para pequenas lesões do calcâneo. Retalho na foto abaixo para cobrir uma ferida no calcâneo.



Esquema para a dissecção do retalho microcirurgico da pele da coxa, retalho fasciocutâneo 
que é muito versátil e nos dias atuais o carro chefe para as grandes reconstruções.



Resumo das ideias básicas.
Vamos colocar em tópicos as ideias centrais:
-seguir a risca as orientações do endocrinologista.
-visitas periódicas ao cirurgião de pé para orientações, prevenção e tratamento.
-usar os calçados adequados, manter os pés sempre secos e limpos.
-sempre examinar os pés e ao menor sinal de feridas procurar o seu cirurgião de pé.
- antes de pensar em condutas radicais pode em determinados casos optar pela reconstrução da pele.

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