As amputações de dedos acontecem em diversas situações, desde acidente de trabalho(serra circular, moedor de carne, manuseio de facas) até acidentes durante a prática esportiva(o anel arrancar o dedo ao enroscar na trave do gol).
A discussão dessa postagem é o que fazer quando teve a amputação e não foi possível o reimplante.
Muitas pessoas se adaptam as amputações, mas na prática a função da mão fica prejudicada e perde função. Nessa situação devemos realizar uma avaliação funcional com a terapeuta ocupacional e ponderar se uma intervenção cirúrgica irá beneficiar o paciente.
As opções de reconstrução depende do tipo de amputação, por exemplo para reconstrução do polegar é bem estabelecido o transplante do 2˚ dedo do pé para a mão.
Em outras situações pode utilizar uma parte do hálux para reconstrução da ponta dos dedos.
Todas as intervenções cirúrgicas no pé não afeta a marcha do paciente e com o benefício de ter um aumento da função da mão.
Pessoal fica a dica, a amputação dos dedos da mão não é o fim. Procure um cirurgião de mão que possa avaliar o seu caso.
Cirurgia da Mão e Microcirurgia
A mão é o órgão responsável pela interação com o meio ambiente. Diversas doenças podem acometer a função das mesmas. Este blog tem a finalidade de ser um canal aberto para os pacientes tirarem sua dúvidas. Tenho além do blog a minha homepage: www.andrepiresmao.com.br
domingo, 22 de abril de 2018
sábado, 22 de junho de 2013
Dedo em Gatilho
Dedo em Gatilho
O dedo em gatilho ou tenossinovite estenosante é uma condição
em que a pessoa apresenta o dedo “travado“,
em outras palavras, ao fletir o dedo o mesmo fica travado em flexão. O paciente pode ficar com o dedo travado e destravar com ou sem ajuda da outra mão. Em
casos mais graves o dedo pode ficar permanentemente esticado ou fletido sem
mobilidade.
É mais comum em mulheres após os 40 anos.
É mais comum em mulheres após os 40 anos.
Por que acontece isso?
Primeiro de tudo devemos entender com funciona o mecanismo
de movimentação do dedo da mão.
Basicamente temos elementos que fazem parte do mecanismo
flexor e extensor dos dedos. E o problema do gatilho acontece na
transição da palma da mão com dos dedos na região palmar do mecanismo flexor na polia A1.
Na foto abaixo podemos ver que os tendões que fazem o dedo
fletir eles estão passando por dentro de túneis que damos o nome de polias.
Então o problema é basicamente quando o espaço da polia A1
está diminuído e com isso os tendões flexores ficam apertados e dificulta a sua
movimentação.
O que fazer?
Muitos casos já chegam no consultório basicamente em dois
estágios, quando começa a engatilhar e o paciente consegue esticar fazendo uma
força e sentindo o estalido ou precisa usar a outra mão para esticar o dedo.
Nessa situação o cirurgião de mão pode optar pelo tratamento
cirúrgico inicial. Em caso leves em que o único sintoma é dor na
topografia(local) da polia A1 o cirurgião pode optar pela infiltração de
corticoide e uso de órteses.
Em casos mais severos e tardios o dedo pode se apresentar
fletido e fixo na posição ou travado esticado e nessa situação é mandatório o
tratamento cirúrgico e nessa situaçãoo o paciente pode evoluir com limitação do
movimento.
Qual o tratamento?
Em casos leves apenas com sintomas de dor podemos optar por
apenas realizar a infiltração de corticoide e xilocaína na polia A1.
Já em casos em que já está presente o engatilhamento do dedo
é melhor realizar o procedimento cirúrgico com a liberaçãoo da polia A1.
Tempo de recuperação?
Com a infiltração apenas o repouso do dedo por um dia é o
suficiente e no dia seguinte retorna as atividades habituais.
Já nos casos submetidos as tratamento cirúrgico devemos
orientar o paciente manter o os cuidados locais da ferida de 7 a 10 dias até a
retirada dos pontos e com 15 dias de pós cirúrgico já pode voltar as atividades
habituais.
Pode recidivar?
Quando é realizado a cirurgia e liberado por completo a
polia A1 não há casos de recidiva. Já nos casos que o paciente é submetido a infiltração
os sintomas podem voltar e nesse caso é mandatório o tratamento cirúrgico.
André Fernandes Pires - Doctoralia.com.br
domingo, 21 de abril de 2013
Lesões de Ponta de Dedo
O motivo de escrever este texto se deve a alguns e-mails que
recebi perguntando a respeito de o que fazer em ferimentos nas pontas dos
dedos.
O que é lesão de ponta de dedos?
Lesão na ponta de dedo é qualquer ferimento nas extremidades
dos dedos e nisso inclui cortes simples, esmagamento e até as amputações.
O que fazer nas amputações de dedos?
Nas amputações dos dedos a primeira providência a ser tomada
é colocar a parte amputada dentro de um saco com água limpa fechado e colocar
dentro de um recipiente de isopor com água e gelo. Nessa situação o dedo estará
bem condicionado e assim o paciente deverá ir ao hospital com o dedo.
O que fazer quando não dá para reimplantar o dedo?
Nas situações em que o coto amputado é muito pequeno e não
tem indicação para fazer o reimplante podemos lançar mão de técnicas de
reconstrução das pontas dos dedos que é o objetivo deste texto.
Quais as técnicas disponíveis?
Dependendo do ferimento podemos adotar diversas técnicas:
-Sutura primária com aproximação das bordas.
-Fechamento da ferida por segunda intenção.
-Crossfinger(boa opção para lesões múltiplas dos dedos).
-Retalho de avanço tipo V-Y(retalho Atasoy).
-Retalhos em ilha homodigital de fluxo anterógrado e
retrógrado.
-Retalho Littler(ilha heterodigital de fluxo anterogrado).
-Retalho heterodigital em ilha de fluxo retrógrado.
Em geral a grande maioria das lesões dos dedos são cortes
simples ou mais complexos que podem ser feitas suturas simples aproximando as
bordas.
Quando há perda de substância ou exposição óssea não é
possível aproximar as bordas ou deixar a ferida cicatrizar por segunda
intenção, neste caso está indicado a utilização dos diversos retalhos.
Retalho V-Y ou atasoy
O retalho atasoy foi descrito na década de 40. Ele é um
retalho triangular de base invertida e confeccionado na polpa digital, portanto
lesões obliquas na qual há perda da polpa digital fica inviável o retalho.
Detalhe que o retalho avança pouco de 0,5 até 1 cm e é muito
importante não realizar o fechamento hermético da ferida, pois pode causar
congestão do retalho e levar a perda do mesmo.
Retalho em ilha homodigital de fluxo anterógrado
Esse retalho é confeccionado a partir da região volar e
lateral do dedo e é baseado na nutrição de uma das artérias digitais. É um
retalho seguro e bem nutrido e com a vantagem de manter a sensibilidade da
ponta do dedo. As desvantagens são o pouco avanço e o dedo pode ter uma atitude
em flexão.
Retalho em ilha homodigital de fluxo retrógrado
Esse retalho é planejado na porção proximal do dedo(próximo
da palma da mão) e é uma retalho que avança muito e é possível a reconstrução
da polpa digital, mas a região da interfalangeana distal tem que
necessariamente estar preservada pois é o local de comunicação das artérias
digitais.
Retalho Littler
O retalho littler ou ilha heterodigital de fluxo
anterógrado, é um retalho idealizado inicialmente para a cobertura cutânea da
polpa digital do polegar, mas pode ser empregado para reconstrução dos outros
dedos. Conforme o nome do retalho a origem do retalho é num dedo(3° ou 4° dedo) que não está
acometido pela lesão inicial. Assim essa é a primeira desvantagem desta técnica
é a utilização de um dedo saudável para corrigir outro dedo.
Entretanto o retalho littler é um retalho seguro e confiável
e tem sensibilidade preservada.
Retalho em ilha heterodigital de fluxo retrogrado
Esse retalho é o mais complexo dos retalhos, pois é um
retalho que lembra o retalho littler, entretanto deve-se fazer a ligadura da
artéria digital comum e confiar no fluxo retrógrado da artéria digital em que o
retalho foi pediculado.
Esse retalho é o que você consegue maior alcance para
reconstruções distais dos dedos.
Todas essas técnicas visam um coto adequado para a função de
pinça, e é importante o cirurgião de mão ter o cuidado de indicar o retalho
adequado para as diferentes lesões. Um coto que não tem uma boa cobertura
cutânea é um coto doloroso e que pode apresentar ulceras e dor por neuromas.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Cirurgia da Mão: Reconstrução em Pé Diabético
Cirurgia da Mão: Reconstrução em Pé Diabético: Pé Diabético, solução para grandes lesões. É importante as pessoas que forem ler este texto entender que não vou me d...
Reconstrução em Pé Diabético
Pé Diabético, solução para grandes
lesões.
É importante as pessoas que
forem ler este texto entender que não vou me dedicar a explicar a
fisiopatologia do pé diabético, mas apontar o tratamento para uma determinada
situação.
O que é o pé diabético?
O pé diabético é considerado
quando o pé do paciente que tem diabetes(tipo I ou II) e que já apresenta algum
grau de neuropatia sensitiva e não apresenta necessariamente lesões ósseas ou
de partes moles.
Quais as medidas preventivas
necessárias a todo paciente diabético?
Todo o paciente diabético
deve necessariamente seguir a risca as orientações do endocrinologista ou
clinico geral para o controle adequado da glicemia e fazer visitas de rotina
com um ortopedista especialista em cirurgia do pé.
A visita periódica ao
cirurgião do pé é importante para orientações de calçados adequados para evitar
as feridas na planta do pé ou lesões nos dedos do pé. Além disso prevenir
deformidades ósseas decorrente a artropatia degenerativa (charcot). E quando há
necessidade abordagem ortopédica para corrigir deformidades.
Em resumo a visita ao
endocrinologista e ao ortopedista é de vital importância a uma boa evolução.
Qual o papel do cirurgião de mão
neste contexto?
Em casos extremos de lesões
da planta do pé com exposição óssea do pé há a necessidade de lançar mão de
retalhos locais ou microcirúrgicos para a reconstrução da planta do pé.
O papel do cirurgião de mão
é auxiliar e disponibilizar recursos de reconstrução de cobertura de pele ao
cirurgião de pé, e a equipe sempre tem que conciliar a reconstrução melhor para
uma função adequada.
Quais são os objetivos da equipe
multidisciplinar?
A equipe deve sempre zelar
pelo bom alinhamento do pé e preservação máxima da função do pé, portanto as
reconstruções de pele devem estar de acordo com a lesão e a necessidade de cada
paciente.
Como são as reconstruções possíveis?
A idéia é sempre fazer
retalhos locais(pele da perna que é nutrida pelo feixe neurovascular do nervo
sural) sempre que possível, pois os pacientes que apresentam diabetes já tem
algum grau de lesão vascular nos membros inferiores. Mas se a lesão acomete uma
extensão muito grande do pé(mais de 50% com exposição do calcâneo) ai deve-se
priorizar retalhos microcirúrgicos(pode usar como doadores a pele da coxa ou o
musculo grande dorsal ou serrátil) esses são algumas opções.
Esquemas do retalhos citados.
Resumo das ideias básicas.
Vamos colocar em tópicos as
ideias centrais:
-seguir a risca as
orientações do endocrinologista.
-visitas periódicas ao
cirurgião de pé para orientações, prevenção e tratamento.
-usar os calçados adequados,
manter os pés sempre secos e limpos.
-sempre examinar os pés e ao
menor sinal de feridas procurar o seu cirurgião de pé.
- antes de pensar em
condutas radicais pode em determinados casos optar pela reconstrução da pele.
domingo, 7 de abril de 2013
Cirurgia da Mão: Fratura do Punho nos idosos
Cirurgia da Mão: Fratura do Punho nos idosos: Fratura do punho As fraturas que acometem o punho(radio e ulna distal) tem um comportamento bimodal, em outras palavras acom...
Cirurgia da Mão: Fratura do Punho nos idosos
Cirurgia da Mão: Fratura do Punho nos idosos: Fratura do punho As fraturas que acometem o punho(radio e ulna distal) tem um comportamento bimodal, em outras palavras acom...
Fratura do Punho nos idosos
Fratura do punho
As fraturas que acometem o punho(radio e ulna distal) tem um
comportamento bimodal, em outras palavras acomete em dois períodos da vida. Nos
adultos jovens decorrente a trauma de alta energia(acidente de carro) e em idosos
devido a queda da própria altura. Nos idosos a fratura do punho é uma das mais
frequentes.
Podemos evitar?
A fratura do punho nos idosos pode ser evitada. Em geral
o médico geriatra orienta medidas comportamentais com evitar tapetes que fazem
os idosos tropeçarem, luz de baixa intensidade a noite no caminho
para o baneiro, evitar determinados chinelos, ajuste medicamentoso para o idoso
não ficar sonolento.
Assim evitar as causas das quedas pode prevenir as fraturas
do punho.
É grave essa fratura?
A gravidade dessa fratura é a limitação que pode resultar
nesse tipo de fratura. A função do punho é resultante da relação entre os ossos do antebraço(rádio e
ulna) e os ossos do carpo. Esses ossos tem um arranjo especifico que
proporciona o movimento rotacional do antebraço(pronossupinação) e o movimento
de flexão e extensão do punho.
É importante salientar que o movimento de rotação do
antebraço é necessário em várias atividades habituais(higiene pessoal, abrir a
porta, virar a chave, etc)
Qual o tratamento?
A fratura do punho pode ter vários tipos, assim o tratamento
deve ser personalizado para cada tipo de fratura e para cada situação.
O importante é o paciente e os familiares entenderem que a
relação entre os ossos do punho deve ser corrigido da melhor maneira possível e
os métodos para alcançar isso são vários.
O gesso ainda é usado?
As fratura que não tem desvio ou desvio minino pode ser
empregado o gesso no tratamento e em média são 6 semanas de imobilização e em
geral o paciente fica com rigidez do punho e dificuldade para rodar o
antebraço, e assim após o tempo de gesso é necessário o encaminhamento para a
terapia ocupacional ou fisioterapia.
Quais opções de cirurgia?
Basicamente podemos ter algumas opções de tratamento
cirúrgico:
-
fios de aço percutâneo
-
fixador externo
-
placa com parafusos bloqueados
Esses métodos depende do tipo de fratura para o emprego de
cada método.
Pode ter sequela?
Independente da opção terapêutica(gesso ou cirurgia) podemos
ter como sequela a limitação da flexão e extensão do punho em algum grau. Além
disso pode ter infecção pós operatória ou distrofia.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
AMPUTAÇÕES E FERIDAS COMPLEXAS, O QUE FAZER????
Lesões
Complexas nos dias atuais!
Durante a segunda guerra mundial começou a surgir lesões
extremamente complexas devido ao uso de armamento pesado e um maior uso de
veículos automotores.
Neste período foi o momento em que se desenvolveu os
pilares da microcirurgia e da cirurgia reparadora.
Nos dias atuais o cirurgião de mão se depara com vários
tipos de lesões:
-
amputações dos membros (diversos níveis desde o
braço até a extremidade dos dedos).
-
sequelas de cirurgias ortopédicas que evoluem
com deiscência da ferida operatória e com exposição de osso, tendão ou
implantes.
-
lesões nos membros devido quadros infecciosos ou
vasculares com exposição óssea ou tendinea.
-
fistulas por osteomielite crônica resultante de
traumas de alta energia.
Nas amputações o que fazer?
Em amputações do membro superior sempre que possível é
melhor realizar o reimplante, pois o resultado funcional do reimplante é melhor
que uma prótese. Entretanto as amputações de membros inferiores se beneficiam
com o uso de próteses.
Já nos casos de amputações dos dedos é possível a transferência funcional do dedo do pé para a mão e isso não implica numa perda funcional do pé do paciente e ao contrário com essa cirurgia o paciente tem um ganho funcional da mão reparada.
Já nos casos de amputações dos dedos é possível a transferência funcional do dedo do pé para a mão e isso não implica numa perda funcional do pé do paciente e ao contrário com essa cirurgia o paciente tem um ganho funcional da mão reparada.
O
que fazer em feridas abertas?
Nas lesões com ferimentos abertos que apresentam exposição
óssea, tendinea ou implantes ortopédicos é de fundamental importância o
fechamento das feridas com o uso de retalhos(estruturas vascularizadas) de pele
ou muscular para a correção da ferida.
As
osteomielites tem tratamento?
As osteomielites podem ser resultado de diversas causas,
por exemplo: sequela de fratura exposta, infecção hematogênica, sequela de
cirurgia ortopédica, ou de lesões complexas.
Neste caso deve se atentar qual a dimensão da área óssea
acometida, pois é possível a ressecção da área acometida e a substituição da
parte óssea e das partes moles por tecidos vascularizados pela técnica
microcirúrgica.
Além da cirurgia para remoção mecânica do tecido infectado
é importante o uso de antibióticos específicos para o agente infeccioso.
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